Louco por bem-casados

O título deste post é uma referência ao Vicente. Nunca imaginei que alguém poderia gostar tanto de bem-casados. "Pior" para mim que, depois de apresentar ao rapaz esse doce, não sabia que estava me comprometendo a fazê-lo para o resto da minha vida. E ainda há quem duvide que se conquista um homem pelo estômago...

Este bem-casado que eu apresento aqui é, na verdade, um alfajor, mas sem a cobertura de chocolate. O verdadeiro bem-casado, aquele doce tradicional das festas de casamento, é preparado a partir de dois círculos de pão-de-ló recheados com doce de ovos e banhado com uma calda de açúcar. Para quem quiser entender um pouco mais desses quitutes clássicos, pode acessar o site dos mais famosos bem-casados da atualidade, presentes nas festas mais refinadas de todo o país, feitos pela dona Conceição (www.conceicaobemcasados.com.br). Os bem-casados da dona Conceição podem até ser os mais famosos, mas certamente não têm um fã incondicional que os idolatre tanto quanto o fã dos meus bem-casados.

Voltando à questão semântica, denomino os meus bem-casados dessa forma porque assim indicava a receita. Aliás, copiei essa receita de uma das fontes mais variadas e confiáveis: o verso da caixa da Maizena. A denominação consagrou-se na minha família e assim permaneceu. Mas muitas pessoas ainda fazem essa deliciosa confusão.
Esses pseudo-bem-casados são feitos à base de maisena e uma boa porção de manteiga. Faço uma massa bem leve, abro com o rolo até que fique com 0,5cm de espessura e corto em círculos de 4cm de diâmetro. Assim faço dezenas de biscoitinhos que, depois de serem levemente assados, ficam suaves e se desmancham na boca. Mas os biscoitos sozinhos não têm a menor graça. Com uma dose exagerada de doce de leite, vou unindo as bolachinhas e passando as bordas no coco ralado para finalizar.

Tenho alguns segredinhos que tornam o meu bem-casado diferenciado e que compartilho aqui com vocês. Na massa, sempre acrescento raspas de limão que dão um sabor e um aroma maravilhoso e que muitas pessoas não se dão conta do que é. Também sempre coloco uma colher de sopa de conhaque e umas gotas de essência de baunilha. Sucesso garantido. E como recheio procuro utilizar o tradicional doce de leite argentino. Não tem melhor acompanhamento para aquele cafezinho no meio da tarde.

Pensando assim, posso até entender a idolatria do Vicente pelos meus bem-casados, sem falsa modéstia. Deixo aqui um registro fotográfico dos últimos que fiz para ver se, pelo menos através da imagem, os caros leitores concordam comigo.